ONU lança plano para impulsionar uso de energias renováveis
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, lançou nesta quarta-feira um plano de cinco pontos para disseminar mais o uso de energias renováveis, com a intenção de reviver a atenção global sobre as mudanças climáticas. “Nós precisamos acabar com a poluição por combustíveis fósseis e acelerar a transição para a energia renovável antes que incineremos nossa própria casa”, afirmou ele. O mais recente alerta ocorre após a Organização Meteorológica Mundial emitir seu Relatório do Estado do Clima 2021, segundo o qual os últimos sete anos foram os mais quentes já registrados. Os impactos do clima extremo têm levado a mortes e a perdas com doenças, imigração e prejuízos econômicos de centenas de bilhões de dólares, segundo a entidade. Guterres pediu mudanças em subsídios de governos a combustíveis fósseis, atualmente em torno de US$ 500 milhões ao ano. Disse ainda que os investimentos públicos e privados em energia renovável precisam triplicar para ao menos US$ 4 trilhões ao ano.(Exame)
Tesla é retirada de índice ESG da Bolsa americana
O serviço S&P Dow Jones Índices informou que a Tesla, montadora de carros elétricos liderada pelo bilionário Elon Musk, foi retirada do índice S&P 500 ESG (sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança) por falta de uma estratégia de baixo carbono detalhada. A conduta empresarial da Tesla – com acusações de discriminação e condições precárias de trabalho nas fábricas – também foi questionada. O bilionário Elon Musk, fundador da montadora, reagiu à notícia com ironias pelo Twitter. Ele escreveu que as classificações da S&P tinham perdido a integridade – por incluir, por exemplo, a Exxon, empresa multinacional de petróleo e gás dos Estados Unidos – e questionou até o conceito sustentável. “ESG é uma farsa. Foi armada por falsos guerreiros da justiça social.” (O Globo)
Como as criptomoedas estão se tornando mais ESG
Uma das fraquezas do Bitcoin e de muitas outras criptomoedas é o alto conteúdo de energia necessário para a operação do sistema de transações sem a intervenção de intermediários. Segundo alguns estudos, a produção mundial de Bitcoin consome anualmente mais de 120 Terawatt-hora (TWh). O mesmo consumo de países inteiros, como Argentina ou a Noruega. O consumo anual de energia elétrica no Brasil é de 555 TWh. Esta característica de elevado consumo energético por parte dos produtores de criptoativos não cabe mais em um mundo que caminha em direção de uma sustentabilidade cada vez maior. Por isso, as criptomoedas tiveram que acelerar seu percurso ESG. Já hoje existem instituições como a Crypto Climate Agreement ou a Energy Web Foundation, que certificam os “Bitcoin verdes”. (Exame)
Em busca de uma melhor governança, empresas integram relatórios financeiro e socioambiental
Em 2000, a fabricante de cosméticos Natura surpreendeu o mercado ao apresentar um relatório unificado, retratando lado a lado os resultados financeiros e de impacto socioambiental da companhia. A empresa foi a primeira na América Latina a assumir esse desafio e lançar um documento seguindo os padrões GSI, que era na época uma metodologia de comunicação de impacto e sustentabilidade. Desde então, a Natura&CO vem avançando não só na maneira como apresenta a análise desses resultados para os stakeholders e para o mercado, como no desenvolvimento de ferramentas e de uma metodologia pública, baseada no conhecimento do melhor das práticas de sustentabilidade. Em 2007, ao se tornar uma empresa carbono neutro, trouxe para o relatório unificado o passo a passo dessa jornada. Quase uma década depois, em 2016, apresentou a metodologia EP&L, que permite comparar os impactos ambientais do ciclo de produtos e as consequências financeiras e sociais. Para Denise Hills, diretora de sustentabilidade da Natura&CO América Latina, o relatório “é o retrato da maturidade da gestão integrada”. Outras empresas seguiram o exemplo e começaram a publicar relatórios unificados, como o Grupo Simpar, que tem sete empresas sob seu guarda-chuva — quatro delas na Bolsa, entre elas a locadora Movida. (O Globo)
Empresas vão além das cotas e criam programas de trainee para pessoas com deficiência
De acordo com estudo da consultoria Korn Ferry, realizado com 250 empresas no Brasil, 85% dizem ter acelerado iniciativas voltadas para pessoas com deficiência (PcDs) no último ano, mas apenas 14% avaliam que suas ações são muito efetivas. Os três maiores desafios são atrair e selecionar candidatos, promover funcionários para posições sênior e identificar talentos de alto potencial. É uma jornada a percorrer para que a empresa se torne um ambiente em que as pessoas queiram estar e que a diversidade e a inclusão tragam resultados positivos ao negócio — para além da reputação. Menos de 4% das mais de 12,5 milhões de pessoas com deficiência no Brasil estão empregadas formalmente. E elas representavam apenas 1,07% dos trabalhadores formais em 2020 no país. Para superar o desafio da atração, em outubro de 2021, a Cielo lançou um programa de trainee exclusivo para esse grupo na área de vendas. Os 34 trainees passaram por três meses de desenvolvimento, e 24 foram efetivados. O Citi também buscou identificar talentos de alto potencial entre PcDs. De 94 PcDs, 23 se candidataram ao programa e expuseram seus desafios. E os mentores apontaram caminhos e descobriram como a deficiência física ou intelectual afeta ou não o desempenho das atividades. (O Globo)
Vai faltar floresta
Seis meses após o governo brasileiro se comprometer a reflorestar um território equivalente a todo o Uruguai (ou duas vezes Portugal) até 2030, nós nos aproximamos de um “apagão de mudas”. A meta de reflorestar 18 milhões de hectares até 2030, firmada na COP26, em novembro do ano passado, soma-se à alta demanda de empresas e fundos por áreas verdes para negociar crédito de carbono. E o prognóstico é que vai faltar floresta. Em tempos de ESG (quando os investimentos deveriam privilegiar empresas com boa governança ambiental, social e corporativa), players do setor privado estão correndo atrás de projetos de reflorestamento para compensar ou negociar créditos de carbono. O maior exemplo recente no Brasil é a re.green, empresa que reúne nomes como João Moreira Salles e Arminio Fraga. Anunciada no mês passado, a companhia juntou quase R$ 390 milhões para comprar terrenos, reflorestar e vender créditos de carbono e madeira certificada. Eles dizem ter a meta de reflorestar 1 milhão de hectares. Existem três formas de reflorestar: por meio da regeneração natural, da semeadura direta ou do plantio de mudas de espécies nativas. E, para grandes áreas, o normal é usar um “mix” das três formas.(Folha de S. Paulo)
Metas climáticas propostas por empresas estão aquém do necessário
O relatório Now for Nature: The Decade of Delivery (Pela natureza, agora: a década da entrega) divulgado pela consultoria internacional Oliver Wyman em parceria com o Carbon Disclosure Project (CDP) analisa metas de mais de 1.228 empresas europeias aprovadas pela Science Based Targets initiative (SBTi) para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Analisar o que acontece na Europa é significativo porque, em termos de ESG, é a região mais avançada no mundo. Contudo, a pesquisa é clara em mostrar que, mesmo quem está na dianteira, ainda tem um longo caminho para chegar aonde o planeta precisa. De acordo com a pesquisa, o número de empresas europeias com metas climáticas baseadas em critérios científicos aprovados pela SBTi cresceu 85% entre 2020 e 2021. A má notícia é que, dentre as que estão na parcela de 24%, apenas dois terços estão empenhadas em contribuir para a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris: limitar em 1,5°C o aquecimento do planeta. As demais promovem atividades que ajudariam a frear o aumento de temperatura em até 2°C, cenário bem mais alarmante.(O Globo)
Marca da Lojas Renner S.A. abre 30 pontos de coleta para reciclagem de roupa de algodão
A Youcom, marca de lifestyle jovem da Lojas Renner S.A, entrou para o time de parceiros do aplicativo Plataforma Circular Cotton Move, com foco em intensificar sua atuação ESG. A rede de moda entra na lista de varejistas disponibilizando 30 pontos de coleta dentro de uma seleção de lojas físicas localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Distrito Federal, Goiás, Amazonas e Pernambuco. A iniciativa sustentável tem o objetivo de incentivar a redução do desperdício têxtil e aumentar a escala da reciclagem de roupas de algodão no país, gerando novos produtos com fibras recicladas. No aplicativo da Cotton Move poderão ser consultados os pontos de descarte de peças de algodão (como jeans, sarja, malha e similares), em fim de ciclo de uso, por meio de um mapa com geolocalização. As fibras recuperadas serão utilizadas no desenvolvimento dos produtos que voltarão às lojas, sem a adição de fibras sintéticas, valorizando assim a reciclabilidade do algodão. (Exame)
BTG Pactual faz uma alteração na sua carteira recomendada de ESG para maio
O BTG Pactual decidiu atualizar a sua carteira recomendada com foco em ESG, pensando em como lidar com o ambiente geopolítico desafiador e as altas taxas de juros. A carteira ESG do BTG é divulgada mensalmente, na segunda quinzena de cada mês. Para maio, o banco optou por manter a sua exposição às commodities, consumidores de alta renda e temas relevantes de ESG. Assim, o BTG decidiu substituir as ações da Localiza pelas da Suzano. A Suzano está apresentando um valuation atrativo, com o desempenho das ações descolando dos seus fundamentos, replicando a queda de 37% nos preços spot de celulose. Além disso, para o BTG, a empresa é destaque em três frentes de ESG: é uma empresa carbono negativa que está aumentando a diversidade e possui sólidas práticas de governança corporativa. (BR Investing)
Sustentabilidade está cada vez mais entre as prioridades dos CEOs
O estudo anual do Institute for Business Value (IBV) “Own your impact: practical pathways to transformational sustainability” (em tradução livre: “Seja dono do seu impacto: caminhos práticos para a sustentabilidade transformacional”) entrevistou mais de três mil CEOs em todo o mundo e concluiu que quase metade dos entrevistados classifica a sustentabilidade como uma das principais prioridades de suas organizações — um aumento de 37% em relação a 2021. No entanto, mais da metade (51%) também identifica a sustentabilidade como um dos maiores desafios nos próximos anos devido à falta de insights de dados e barreiras tecnológicas, indica o estudo. E, apesar de 95% dos CEOs dizerem estar pelo menos numa fase piloto de implementação da sua estratégia de sustentabilidade, pouco menos de um quarto (23%) diz que está prestes a implementar a sua estratégia de sustentabilidade em toda a organização.(O Globo)