Web Summit proporciona degustações de produtos e serviços inovadores voltados para os pilares E e S, provando que Inteligência Artificial é tendência que veio para ficar no âmbito do ESG corporativo
A segunda edição em solo brasileiro de um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, o Web Summit, ultrapassou a marca de 34 mil inscritos e mostrou que a inovação toca a agenda ESG, assim como as metas dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU em diversos âmbitos. Dezenas de startups em projetos-piloto; unicórnios, como a Betterfly, o primeiro de âmbito social da América Latina, e empresas internacionais que já são líderes em seus setores, como Claro e Embraer, compartilharam as atenções do público em estandes, painéis, debates e masterclasses.
A apresentação keynote da diretora geral de negócios do TikTok para América Latina, Gabriela Comazzetto, lotou o auditório no segundo dia do evento no Riocentro, e surpreendeu todos quando deixou claro que o app não é uma rede social, e sim uma plataforma de entretenimento.
“O Tik Tok é uma plataforma de entretenimento. Baseada nos interesses, se começa a construir um feed, independentemente do número de seguidores. Todo mundo nos compara com outras marcas, mas você não entra no TikTok pra ver o que seu amigo está fazendo e sim para ver conteúdo. É sobre comunidades, sobre aproximar pessoas e criar comunidades que nascem a partir de assuntos e interesses em comum. Cada.um tem um tok, que pode ser fashion tok, travel tok ou money tok”, esclareceu, referindo-se ao Instagram e ao Facebook como outras marcas.
Comazzetto enfatizou que a plataforma está no centro de uma mudança de paradigma na internet, que sai de um modelo de conexão de cookies para construir conexões em um comércio influenciado por comunidades, onde imperam referências, como a hashtag #TikTokmefezcomprar.
“Essas comunidades estão criando movimentos culturais, com produtos que viralizam. O TikTok é o boca a boca reinventado em uma escala de milhões e milhões de pessoas. Gera oportunidade para cada um de nós, como criadores de conteúdos, para contarem nossas histórias, não só para marcas, impactando o consumo e o comportamento cultural”, afirmou, citando viralizações como o hidratante labial Carned Fini, a volta de hits dos anos 1980, como Escrito nas Estrelas, de Tetê Espíndola, e movimentos engajados de incentivo à leitura, como a comunidade BookTok Brasil.
IA aplicada no recrutamento pode mitigar exclusões baseadas no preconceito
A Timbre HRtech, selecionada para o programa de aceleração da Fiapi (Faculdade de Tecnologia), usa a IA na forma de testes voltados para recrutar e selecionar pessoas com o objetivo de mitigar a ocorrência de preconceitos e outros vieses inconscientes. Voltada para promover a inclusão e a diversidade nas empresas, possui atualmente dois clientes.
“A plataforma não coleta foto nem nome da escola de graduação. Inclusive, o nome só aparece se a empresa quiser fazer contato, após o mapeamento de habilidades. O recrutador informa o perfil que está procurando, e fazemos o match”, explica ao Integridade ESG a cofundadora, Yara Fortunatti.
A ferramenta da Timbre pretende mostrar como a IA pode colaborar para o incremento da diversidade nas empresas, reforçando o pilar S do ESG corporativo.
“Nosso diferencial está no mapeamento comportamental com base na IA. Desenvolvemos uma matriz comportamental apoiada nas softskills mais requisitadas dos próximos anos por posição e nível de adequação”, acrescenta.
No campo do agronegócio, no espaço dedicado às startups, a Seed4Seed, de Campos (RJ), fez demonstrações da ferramenta, também baseada em Inteligência Artificial, de análise digital voltada para o controle de qualidade de sementes. Por meio de fotos de sementes de soja, tiradas do próprio celular do cliente, o app identifica a presença de tegumentos com rasgos ou enrugados, manchas púrpuras ou sinais de ataques de percevejos.
Construtech que monitora obras pelo país foi acelerada pelo Vedacit Labs
Janaine Nascimento, CEO da Hoff Analytics, explicou ao Integridade ESG como a ferramenta usada por mais de 20 grandes players do mercado da construção civil brasileiro, baseada em IA e big data, pode ser útil para cumprir as metas do ODS 11, das Cidades Sustentáveis. A plataforma da startup realiza um monitoramento das atividades da construção civil em todas as regiões do país.
“Todas as obras regulares devem estar devidamente registradas em órgãos competentes e as informações devem ser públicas. Por meio de IA e big data, vemos quem são os responsáveis técnicos, e conseguimos saber local, período e fase das obras. Nossos algoritmos fazem o monitoramento em nível nacional desses dados, que vêm de várias fontes, como prefeitura”, comentou a empresária.
A startup contou com a aceleração da Vedacit Labs, um programa de inovação de construtechs e proptechs liderado pela Vedacit, certificada como “empresa B”. Para Janaine, a solução criada pela empresa pode contribuir para o planejamento de cidades, portanto, para a formação das cidades inteligentes.
“Mostramos a importância da aplicação da Inteligência Artificial e da big data no mercado da construção, não apenas se refletindo no monitoramento da construção civil, principalmente para as questões comerciais, mas também para o entendimento de demanda, sabendo onde vai ser construído, projeção de consumo de materiais, é preciso ter planejamento de estoques, mas principalmente para a construção das cidades mais planejadas, para controle de habitação, de demanda, em regiões com mais população, para que possa pensar também em infraestrutura”, comentou a CEO da construtech.
Div.A lança plataforma de mapeamento do clima organizacional
Focada na agenda da inclusão, a consultoria Div.A – Diversidade Agora!, lançou durante o Web Summit uma solução baseada em IA que possibilita que empresas e organizações desenvolvam um ambiente de trabalho mais saudável, inclusivo e consciente para todas as pessoas colaboradoras.
“Dentro da ferramenta, os colaboradores participam de uma pesquisa, anonimamente, onde relatam suas experiências na empresa. A ferramenta mede os resultados referentes a questões como pertencimento, inclusão, engajamento e inovação. A Inteligência Artificial analisa o material e extrai insights, como os principais desafios organizacionais que devem ser enfrentados pela empresa para aprimora a agenda ESG”, explicou ao Integridade ESG Kaká Rodrigues, cofundadora da Div.A.
