A viabilidade técnica e ambiental de sete projetos de energia eólica será avaliada pelas petrolíferas
A notícia mais importante no âmbito das energias sustentáveis na semana que finda, o acordo entre a Petrobras e a Equinor, agitou o mercado. A carta de intenções assinada entre as petrolíferas brasileira e norueguesa prevê a avaliação da viabilidade técnico-econômica e ambiental de sete projetos de energia eólica offshore, com potencial para geração de até 14,5 GW. Os projetos situam-se na costa dos estados ido RJ, ES, CE, PI, RN e RS.
Entre as principais críticas direcionadas à carta de intenções estão as comparações com outras fontes de energia limpa mais baratas, como a eólica onshore e a solar.
O portal Integridade ESG ouviu o parecer de Elbia Gannoum, presidente executiva da Abeeólica, a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias, sobre o acordo no âmbito da energia limpa. Ela classificou a notícia como muito positiva.
“Desde o final de 2022, a Petrobras já vinha se manifestando em entrar fortemente na transição energética. A partir do novo governo Lula, foi assumido um posicionamento muito forte a favor da transição, desde a participação na COP e a nomeação de Jean Paul Prates, uma pessoa do setor de renováveis, que conhece a importância da entrada da Petrobras na transição energética”, comentou, lembrando que o presidente da estatal autor do PL 576/21, que cria o marco regulatório para o processo de outorga das usinas eólicas offshore.
Para Elbia, o Brasil não está atrasado em relação a outros países no tocante à energia eólica.
“O país avança no momento certo, arranjando sua estrutura regulatória para fazer os investimentos. A Petrobras, sim, que estava atrasada no assunto. Afinal, os grandes players do mundo, as big oils do mundo, já haviam se posicionado sobre a questão. Enfim, estamos satisfeitos com esse acordo, que seja o primeiro de muitos, para que o setor de energia eólica offshore se fortaleça, enquanto a regulação fica pronta”, defende a especialista em regulação e mercados de energia elétrica.
Ela adianta que o primeiro leilão do setor ocorrerá ainda esse ano.
“Nós, da Abeeólica, estamos trabalhando para que em 2023 aconteça o primeiro leilão de cessão de áreas para energia eólica offshore, no tempo certo, na hora certa, com as instituições corretas”, revela.
O CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, rebateu as críticas ao projeto com a Equinor, reafirmando que se trata de projetos iniciais.
“O anúncio disso parece que provocou indevidamente a interpretação de que nós estaríamos já colocando, alocando capital nesses processos, nesses projetos. São apenas projetos iniciais, são apenas desenhos de blocos marítimos, onde nós vamos tentar conseguir primeiro a outorga, depois fazer o projeto, apresentar isso para as decisões de investimento, um a um, no estoque de projetos para analisar”, comentou em vídeo divulgado pela petrolífera.
Os parques eólicos em estudo são Aracatu I e II (entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo); Mangara (na costa do Piauí); Ibitucatu (na costa do Ceará); Colibri (na fronteira entre o Rio Grande do Norte e Ceará); Atobá e Ibituassu (ambos na costa do Rio Grande do Sul).