Destaque Integridade ESG
COP 28: Carlos Nobre fala sobre os estudos inéditos que apresentará em Dubai
Conversamos com Carlos A. Nobre, Prêmio Nobel da Paz de 2007, sobre os estudos inéditos que ele apresentará em Dubai na próxima Conferência do Clima da ONU.
Climatologista e referência mundial sobre a Amazônia, Nobre trouxe novos dados sobre os riscos do ponto de não retorno no desmatamento da Amazônia. Também falou sobre o contrassenso da prospecção de petróleo na Margem Equatorial diante da Agenda 2030, a transição energética na Petrobras com 20 anos de atraso e o potencial da nova sociobioeconomia, entre outros temas.
Confira a entrevista na íntegra: https://integridadeesg.insightnet.com.br/cop-28-carlos-nobre-fala-sobre-os-estudos-ineditos-que-apresentara-em-dubai/
Saiu na mídia
Lego desiste de material reciclado após perceber que emissão era maior
Em um esforço para tornar a operação mais sustentável, a Lego testou trocar o material à base de petróleo (ABS) de que são feitos seus “tijolinhos” por PET reciclado. Foi constatado, no entanto, que passaria a emitir ainda mais carbono. O caso reforça a complexidade da transição energética.
Os principais gargalos nesse sentido seriam a necessidade de troca dos equipamentos em todas as plantas da companhia e os aditivos necessários para alcançar a durabilidade e dureza que o produto exige. Além disso, por ser um material mais maleável e difícil de secar, o RPET consome muito mais energia no processo de fabricação dos brinquedos.
Hoje, 80% dos milhares de milhões de peças que a Lego produz anualmente levam ABS. O composto precisa de cerca de 2kg de petróleo para 1kg de plástico. O plano agora é tornar o material mais sustentável ao diluir substâncias naturais ou recicladas ao composto. A companhia não sabe, no entanto, o quanto será possível avançar nesse sentido, e estima algo entre 30% e 70% de participação de outros insumos. A Lego já se comprometeu, no entanto, a eliminar todo o plástico à base de petróleo de seus produtos até 2030. O plano é investir 3 milhões de coroas dinamarquesas, ou US$ 430 milhões, em sustentabilidade só nos próximos dois anos. (Pipeline – Valor Econômico)

É preciso privatizar? Isso garante boa governança?
Em um mundo ideal, todas as empresas, privadas ou estatais, são geridas com base nos mais atualizados conceitos da governança corporativa. Infelizmente, no mundo real não é isso o que acontece. A maioria das companhias se preocupa muito com o lucro e menos com a sustentabilidade sem compreender que sem ela o ganho de hoje pode se tornar em prejuízo no futuro ou mesmo encurtar a vida do empreendimento.
O curioso é que parte considerável da sociedade parece não perceber esse fato. E, não percebendo, defende a privatização como única forma de companhias estatais se tornarem eficientes, considerando que passariam a ser geridas com base em governança corporativa. Antes de continuar é preciso esclarecer que não se trata aqui de ser a favor ou contra as privatizações. E sim de mostrar que a boa gestão depende mais da mudança de cultura e da criação de regras sólidas e da devida fiscalização e punição, caso haja descumprimento a elas. (Monitor Mercantil)
Carvão ressurge silenciosamente na era da energia limpa
À medida que o mundo muda para a energia limpa, o carvão tem tido um poder de permanência inesperado. Grandes bancos como o Goldman Sachs comprometeram-se a desinvestir nesta fonte de energia suja, mas os relatos de que a energia do carvão está morrendo parecem ser prematuros.
Fundos menores como o Javelin Global Commodities surgiram para preencher a lacuna no investimento em carvão. Nos oito anos desde a sua fundação, o valor do fundo disparou para mais de US$ 1 bilhão e tornou-se o principal exportador de carvão dos EUA.
A empresa se beneficiou generosamente, obtendo lucros recorde no ano passado, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, enquanto a Europa lutava para encontrar energia proveniente de outros lugares, de acordo com um relatório recente da Bloomberg. Um novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) concluiu que a procura mundial de carvão atingiu um máximo histórico em 2022, no meio da crise energética, superando o recorde anterior estabelecido em 2013. (CNN Brasil)
Empresas procuram reduzir emissões nas entregas
Como conciliar a agenda ESG com o aumento das entregas de mercadorias decorrentes do crescimento do comércio eletrônico? Para as companhias de comércio on-line, o desafio envolve um esforço de busca por eficiência nas entregas, focado na redução de km rodados e, indiretamente, na diminuição dos gases de efeito estufa (GEE).
Para o Grupo Casas Bahia, a tarefa não tem sido simples, considerando-se a sua capilaridade. O grupo possui uma das infraestruturas logísticas mais robustas do país, com mais de mil lojas e 29 centros de distribuição espalhados por todo o país. No modelo adotado pelas Casas Bahia, as lojas funcionam como minihubs logísticos. O Grupo Casas Bahia chega em mais de 2,5 mil cidades brasileiras em um prazo de até 24 horas e tem atuado na gestão de gases estufa, visando monitorar e mitigar as emissões de suas operações. Entre as iniciativas adotadas está a redução do uso de veículos pesados, substituídos na última milha por veículos mais leves e com maior eficiência na ocupação, nas rotas e no consumo de combustível. (Valor Econômico)
DWS pagará US$25 mi para encerrar investigação nos EUA sobre greenwashing e outras questões
A empresa DWS Investment Management Americas, controlada pelo Deutsche Bank, pagará 25 milhões de dólares para resolver acusações de declarações falsas sobre seus investimentos ESG e falhas nas políticas destinadas a evitar a lavagem de dinheiro, informou a Securities and Exchange Commission (SEC, que regula o mercado de capitais nos EUA).
A empresa se apresentava como líder em investimentos ESG, mas de agosto de 2018 até o final de 2021 não conseguiu implementar certas políticas relacionadas conforme foram cobradas dos investidores. A SEC descobriu, por exemplo, que a DWS não conseguiu desenvolver um programa de combate à lavagem de dinheiro de fundos mútuos, conforme exigido por lei.
A DWS não admitiu ou negou as conclusões da SEC. Um porta-voz disse que a empresa está satisfeita por ter resolvido as questões, observando que mantém as declarações de ESG feitas em suas divulgações financeiras e prospectos de fundos e já tomou medidas para resolver os pontos fracos. (Época Negócios)
BB Asset lança fundo para replicar índice de diversidade da B3
A BB Asset disponibilizou desde 26 de setembro um fundo atrelado ao IDIVERSA B3, o índice de diversidade da B3 lançado no mês passado. O fundo BB Ações Diversidade IS vai replicar como estratégia a carteira teórica do IDIVERSA B3, que conta com 79 ativos de 75 empresas, representando dez setores econômicos.
O IDIVERSA B3, primeiro índice desse tipo na América Latina, agrega critérios de gênero e raça para selecionar as empresas componentes da carteira. Entre os critérios se destaca a presença de pelo menos um membro de grupos sub-representados no conselho de administração. (E investidor)
Governança da Vale ‘blinda’ empresa de interferências
A Vale, segunda maior empresa brasileira em valor de mercado, depois da Petrobras, também tem sido alvo da cobiça do governo. Nos últimos meses, circularam informações de bastidores, em Brasília, segundo as quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gostaria de tornar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como presidente da mineradora no lugar de Eduardo Bartolomeo. Mas não existe, no momento, nenhuma discussão no conselho de administração da Vale sobre a substituição do presidente da companhia.
Na prática, o governo tem limitações para interferir na Vale dadas as regras de governança corporativa que foram sendo aprimoradas na empresa nos últimos anos. É preciso considerar ainda que a mineradora teve uma grande mudança na composição acionária desde o primeiro governo Lula, em 2003, quando a União ainda tinha participação indireta relevante na Vale, via fundos de pensão e BNDES, que vendeu as ações na empresa.
A influência da União na Vale hoje se dá sobretudo pela Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com 8,72% das ações da empresa e dois assentos de 13 no conselho de administração, incluindo o chairman. Dos 13 integrantes do colegiado da Vale, 8 são considerados independentes. Há uma leitura de que se o governo tentar intervir na Vale, os independentes estrangeiros renunciariam aos cargos, criando uma crise. A Vale tem ações listadas na Bolsa de Nova York (NYSE). (Revista Ferroviária)
Estamos finalizando instrumentos financeiros para plano de transformação ecológica, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse no dia 23 de setembro que os instrumentos financeiros para aplicar o Plano de Transformação Ecológica do Brasil estão nos seus desenhos finais. “O objetivo é trazer a público até o fim do ano. Já apresentamos para algumas pessoas, falei com autoridades financeiras no exterior. Está agora passando pelos testes de estresse.”
O Plano de Transformação Ecológica, segundo o governo, permitirá a introdução de novas linhas de crédito voltadas para o desenvolvimento sustentável, o aperfeiçoamento do ambiente regulatório e do licenciamento ambiental, dos mecanismos de concessão e de parcerias público-privadas e a melhora dos processos de compras públicas.
Já o lançamento dos títulos verdes sustentáveis e dos títulos verdes soberanos deve ocorrer nas próximas semanas, segundo o ministro. São títulos com o selo de boas práticas ESG. A pasta fez 26 reuniões com 60 fundos de investimentos para promover o início de emissões no exterior. (Estadão)

Como a megapoluente indústria do jeans está se adaptando às pressões ambientais
Considerada uma das mais poluentes do mundo, a indústria da moda tenta encontrar caminhos para entrar na rota da descarbonização e reduzir suas emissões. Uma das iniciativas que vem sendo colocada em prática é o projeto The Jeans Redesign, criada pela Fundação Ellen MacArthur, que trabalha com empresas e educação na transição para uma economia circular.
Criado em 2019, o projeto conta com cerca de 100 organizações, como Blue Design America, C&A, Primark, Zara e Guess. Juntas, elas já “reciclaram” mais de 1,5 milhão de pares de jeans, transformadas em peças duráveis, fáceis de serem recicladas e produzidas com materiais e processos seguros. Hoje, a indústria da moda responde por 8% das emissões de gás carbônico na atmosfera, perdendo apenas para a indústria do petróleo. O poliéster é uma das fibras mais usadas no mercado da moda e é responsável pela emissão anual de 32 milhões das 57 milhões de toneladas globais produzidas pelo setor.
O projeto estabelece um padrão mínimo para que o setor crie e produza peças alinhadas aos princípios da economia circular. O principal objetivo é redesenhar totalmente o jeans, desde o tecido até o material dos botões e os químicos da lavagem. (Estadão)
Dica de Conteúdo
Filme “A Lavanderia”
Dirigido por Steven Soderbergh e baseado no livro “Secrency World”, o filme “A Lavanderia” retrata o escândalo dos Panama Papers, um vazamento de proporções gigantescas ocorrido em 2016. Na ocasião, dados sigilosos mostraram como um escritório de advocacia no Panamá dava respaldo legal para a criação de dezenas de milhares de empresas, sendo que muitas delas eram usadas para evasão fiscal e lavagem de dinheiro.
O filme é muito didático e, para isso, coloca os dois advogados (Gary Oldman e Antonio Banderas) cujo escritório está no centro do escândalo para falar com o espectador, mostrando de forma sarcástica como funcionava o sistema formado por crédito suspeito, evasão de impostos, juros, contas offshore, sonegação e lavagem de dinheiro.
O filme está disponível na Netflix.

Podcast “Reconecta”
Apresentado pelo jornalista, fotógrafo e documentarista Rafael Duarte, o podcast “Reconecta” tem dez episódios disponíveis e provoca reflexões sobre a conexão entre o ser humano e a natureza.
O objetivo é sensibilizar a sociedade sobre a crise ambiental e climática do planeta a partir de entrevistas com especialistas, cientistas e comunicadores que contextualizam as questões ambientais com o bem-estar humano e apontam caminhos para um planeta mais sustentável.
Está disponível nas principais plataformas de streaming de áudio.
