Fabiano Oliveira, diretor de Pessoas, Estratégias e Gestão, explica que a Irani Ventures, braço Corporate Venture Capital da companhia, financia tecnologias inovadoras que eliminam uso do plástico como matéria-prima
Com o aumento das discussões sobre o meio ambiente, surge uma tendência entre os consumidores de maior busca por embalagens sustentáveis. Segundo uma pesquisa do Instituto Opinion Box para o Ifood, 76% dos entrevistados consideram uma embalagem que não gere impactos ecológicos negativos como um fator relevante na hora da compra.
Materiais orgânicos se tornaram alternativa ao plástico, que demora cerca de 450 anos para se decompor. Bioplásticos, materiais compostáveis, fibras naturais e resíduos agrícolas são os principais materiais utilizados na fabricação das embalagens ecológicas.
Foi no ano de 1904 que o químico Jacques Brandenberger teve a ideia pioneira das embalagens de plástico. Depois da Primeira Guerra Mundial, o material criado foi batizado de “celofane”. Após algumas adaptações, os produtos que utilizavam esse tipo de embalagem foram sucesso de vendas. Com o passar das décadas, o plástico ganhou espaço nas indústrias e prateleiras de mercados.
Muitas companhias começaram a optar por embalagens alternativas nos últimos anos, quando a consciência ambiental passou a ser exigida pelos consumidores — e o mercado segue em crescimento. A estimativa mundial de movimentação para 2024 é de US$ 292,71 bilhões.
Startups inovam com embalagens feitos com milho e fungo
Com a proposta de trazer inovação e responsabilidade ambiental, a Irani, especializada em papel e embalagens, investe em produtos feitos a partir de materiais orgânicos, como milho e fungo, através da aceleração de startups. Os principais compradores destes produtos pertencem ao setor alimentício. Outras indústrias, como de calçados e vestuário, também compõe o grupo de compradores. Segundo Fabiano Oliveira, diretor de Pessoas, Estratégias e Gestão, mais de R$ 5 milhões foram investidos no segmento.
O financiamento de novas tecnologias é feito a partir da Irani Ventures, braço de Corporate Venture Capital (CVC). Nas corporações, esse tipo de fundo tem como objetivo investir em negócios inovadores, como startups. Atualmente, são quatro empresas recebem maior investimento da Irani: a Mush, que utiliza subprodutos agrícolas, e a GrowPack, cuja principal matéria-prima é a palha de milho. A Trashin e a Vertown completam o time das startups aceleradas.
A Irani buscar atingir outras metas ESG, tanto no campo da sustentabilidade, quanto nos pilares S e G. Para o diretor, a recompensa desses investimentos vai além do retorno financeiro.
“Nossa atuação vai muito além da busca por retorno financeiro. O nosso retorno pode ser percebido também nas entregas que a empresa faz para o mercado, as quais a Irani busca continuamente formas inovadoras de utilizar recursos de maneira sustentável, reduzir impactos ambientais e fomentar a economia circular”, relata o diretor Fabiano Oliveira.
Embalagem de sabonetes veganos Flor de Ypê ganhou prêmio nacional em 2023
Como cases de sustentabilidade, o executivo destacou a embalagem dos sabonetes veganos Flor de Ypê, totalmente elaborada com FineKraft com propriedades fungicidas, sem o uso do plástico na composição. Desenvolvida pela Gualapack Brasil e produzida pela Irani, a embalagem é 100% reciclável e biodegradável. A parceria levou o troféu bronze do Prêmio ABRE da Embalagem Brasileira, na categoria Estratégica – Sustentabilidade 2023.
Para Fabiano Oliveira, a inovação é mais que apenas algo a ser comercializado:
“Esse novo tipo de embalagem, para um produto como sabonete, reforça o olhar das empresas voltado e preocupado com as tendências e evoluções em busca de economia circular, sustentabilidade e em sintonia com o que o mercado demanda, assim como mostra a importância deste papel produzido pela Irani”.
A empresa atingiu nota B na pesquisa do Carbon Disclousure Project (CDP), que avalia o impacto econômico de empresas. Até 2030, a fabricante de papel e embalagens planeja cumprir seis objetivos que englobam desde meio ambiente até responsabilidade social: zerar os acidentes de trabalho com afastamento; ter 40% de participação feminina no quadro de colaboradores e 50% de mulheres em cargos de liderança; reduzir em 30% o consumo hídrico por tonelada produzida; ser autossuficiente em geração de energia renovável; zerar o envio de resíduos para aterros e aumentar em 20% o saldo positivo entre emissões e remoções dos gases de efeito estufa (GEE), além do desenvolvimento do Plano Estratégico de Descarbonização.