Iniciativas ESG acompanham desempenho financeiro mais forte

por | maio 2, 2023

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Resultados positivos em ESG são característica das empresas de sucesso

O estudo “Iniciativas ESG Geram Valor?”, realizado pela Bain em parceria com a EcoVadis, indica que as iniciativas relacionadas à sustentabilidade, diversidade e aumento da satisfação dos colaboradores estão relacionadas à maior lucratividade financeira e ao crescimento para empresas. O estudo avaliou como as ações e resultados ESG impactaram 100 mil organizações, 80% delas privadas.

“A pesquisa traz perspectivas relevantes para o debate sobre como as atividades ESG interferem no desempenho financeiro. Ela mostra que resultados positivos em ESG são uma característica das empresas de sucesso”, afirma Daniela Carbinatto, sócia da Bain & Company, consultoria global com 65 escritórios em 40 países.

A pesquisa revela que vários aspectos das iniciativas ESG indicados nos scorecards da EcoVadis – como a implementação de práticas para reduzir o carbono e melhorar diversidade, equidade e inclusão (DE&I), e a adoção da sustentabilidade nos processos de gestão e na cadeia de suprimentos – mostram uma correlação entre resultados ESG e desempenho financeiro. Indicam também que, além de beneficiar o planeta e a sociedade, as atividades ESG estão associadas a um crescimento mais forte da receita e margens EBITDA mais altas.

Os scorecards da EcoVadis, benchmarks, ferramentas de ação de carbono e insights orientam empresas para práticas ambientais, sociais e éticas em 200 categorias da indústria, em 175 países. Líderes como Johnson & Johnson, L’Oréal, Unilever, LVMH, Bridgestone, BASF e JPMorgan estão entre as 100 mil empresas que colaboram com a EcoVadis.

De acordo com o estudo, alguns pontos confirmam a correlação entre ESG e desempenho financeiro:

Empresas com mais mulheres no time de executivos têm melhores resultados financeiros. As companhias que se classificam entre as 25% melhores de seu setor em diversidade de gênero na equipe executiva têm crescimento de receita anual de cerca de 2 pontos percentuais acima dos 25% de instituições com menos executivas, cujas margens de lucro EBITDA também são 3 pontos percentuais mais baixos.

O uso de energia renovável também está relacionado às margens EBITDA mais altas em indústrias intensivas em carbono. Nos setores de recursos naturais, transporte e produção industriais, as empresas que usam mais energia renovável têm margens EBITDA maiores.

As companhias que focam em práticas éticas, ambientais e trabalhistas em suas cadeias de suprimentos são mais lucrativas. Elas têm margens de três a quatro pontos percentuais acima daquelas que não focam nas credenciais ESG de seus fornecedores.

Empresas que lideram as iniciativas ESG têm maior satisfação dos funcionários; e aquelas que contam com colaboradores mais satisfeitos crescem mais rápido e são mais lucrativas. Elas têm crescimento de receita de três anos até cinco pontos percentuais acima das organizações com funcionários menos satisfeitos e margens até seis pontos percentuais maiores do que as retardatárias. Além do básico, que inclui remuneração justa e garantia de um ambiente de trabalho seguro, os benefícios podem incluir treinamento profissional, saúde mental e física, creche e oportunidades educacionais, que aumentam a satisfação do colaborador e, como consequência, a produtividade e a retenção.

De acordo com as empresas realizadoras da pesquisa, o estudo pode motivar as organizações em todos os níveis de maturidade ESG a redobrar seus investimentos na aceleração de sua jornada de sustentabilidade. Ao entender em que ponto da jornada está uma empresa, gestores e investidores podem usar materialidade, avaliações e benchmarking para identificar seus objetivos com base no trabalho das companhias líderes em ESG de seu setor – de definir o que é necessário para superá-las.

As empresas que ainda estão nos primeiros passos desse caminho podem desenvolver sistemas de gestão de ESG com políticas, planos de ação e relatórios. Já aquelas mais adiantadas têm a chance de buscar recursos mais avançados, como gerenciamento de recursos regenerativos e circularidade de produtos, bem como disseminar as iniciativas em toda sua cadeia de valor, incluindo as emissões do Escopo 3. É um trabalho complexo que, diante dos benefícios para o meio ambiente, para pessoas e as companhias, vale a pena, conclui o estudo.

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