Dona de um dos maiores projetos de autoconsumo remoto de energia limpa do Brasil, operadora de telefonia pretende gerar mais de 1 GWh por meio de fontes renováveis em 2023. Confira a entrevista de Daniely Gomiero, diretora de Comunicação Corporativa e Responsabilidade Social e vice-presidente de Projetos do Instituto Claro, ao Integridade ESG, sobre os detalhes da agenda ESG da companhia
Controles remotos de TV produzidos com plástico 100% reciclado e 500 mil toneladas de gases lançados a menos na atmosfera fazem parte da realidade das operações ESG da operadora Claro. De olho na sustentabilidade, a empresa mantém um dos maiores projetos nacionais de autoconsumo remoto de energia no setor privado. A meta da operadora – pioneira entre as empresas de telecomunicações nesta frente – é se tornar praticamente autossuficiente em energia de fonte limpa em 2023.
O Integridade ESG conversou com Daniely Gomiero, diretora de Comunicação Corporativa e Responsabilidade Social e vice-presidente de Projetos do Instituto Claro, para saber mais sobre as iniciativas e os planos ESG da operadora. A executiva detalhou as principais ações sociais que já beneficiaram mais de de 80 mil alunos em projetos educacionais e geraram 31 mil participações em projetos voluntários.

“Com o olhar voltado para inovação e para o ESG vinculado ao negócio, a empresa adota uma série de iniciativas para reduzir o impacto das operações no meio ambiente, além de buscar entregar produtos e serviços cada vez mais sustentáveis diariamente para milhões de brasileiros¨, explica Daniely Gomiero.
Presente em mais de 4.800 municípios espalhados pelo Brasil e líder nacional do serviço de TV, o pilar ambiental faz parte da estratégia da Claro, que aderiu, em 2021, à Rede Brasil do Pacto Global da ONU. Um dos principais programas que investe em fontes limpas é o Energia da Claro, quevem transformando a matriz energética da companhia. Implementada em 2017, a iniciativa conta com 85 usinas de geração distribuída (GD) em operação no país. Fontes limpas integram o projeto, como a solar, a hidrelétrica, o biogás e a cogeração qualificada. O Energia da Claro é considerado um dos maiores do gênero entre as empresas privadas brasileiras, sendo referência nacional em Geração Distribuída (GD), realizada por consumidores independentes.
Ainda em 2023, no âmbito da produção em geração distribuída e dos contratos firmados no mercado livre, o programa Energia da Claro deve gerar mais de 1 GWh/ano por meio de fontes renováveis em 2023, o equivalente a 80% da energia consumida em todas as operações e instalações da operadora de telecomunicações no Brasil, revela a diretora.
¨A Claro tem o compromisso de reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e, com isso, colaborar com o controle das mudanças climáticas. Está empenhada também no crescente uso de energia de fontes limpas e, assim, ajudar na preservação dos recursos naturais do país¨, esclarece a executiva.
Atualmente, a operadora conta com 52 usinas em operação, distribuídas por praticamente todos os estados. Desse total, mais da metade são de energia solar. As usinas próprias abastecem 18 mil unidades consumidoras da Claro e já geram energia limpa equivalente ao consumo de 240 mil residências. No total, a companhia conta com 39 plantas solares em operação, mais de 300 mil painéis solares instalados e sete plantas hidráulicas — gerando mais de 87 milhões de KWh.
¨Apresentar os resultados das ações ESG deixou de fazer parte do escopo complementar das empresas para se tornar parte fundamental do negócio, com reflexos diretos em indicadores de performance, como crescimento, lucro e reputação¨
Daniely Gomiero, diretora de Comunicação Corporativa e Responsabilidade Social da Claro e vice-presidente de Projetos do Instituto Claro
Nesta linha, a agenda Claro ESG conta com um extenso portfólio de projetos e programas e está à frente das metas de redução de emissões de dióxido de carbono equivalente, criadas a partir do estudo global conduzido pela Science Based Target (SBTi) para o grupo América Móvil, controladora da Claro no Brasil. No total, já foi evitada a emissão de mais de 500 mil toneladas de CO₂e no país.
Controle remoto da Claro TV+ fabricado com plástico reciclado
Em janeiro deste ano, a Claro deu mais um passo para aprimorar sua cadeia de consumo, com foco nos princípios da economia circular. A companhia desenvolveu um controle remoto para a Claro TV+ produzido com plástico 100% reciclado.
¨A iniciativa já distribuiu mais de 180 mil controles em todo o Brasil e faz parte do programa de logística reversa da operadora, que recolhe equipamentos como decoders, modens e controles remotos que não são mais utilizados pelos clientes e os encaminha para reciclagem¨, explica Gomiero.
Ainda no pilar ambiental, a empresa mantém o Claro Recicla, que reforça a importância da reciclagem e destinação correta de resíduos eletrônicos. Ao todo, mais de duas mil urnas são disponibilizadas nas lojas de todo o país, para a coleta e destinação ambientalmente adequada de resíduos eletrônicos. Desde a criação do programa, em 2008, já foram reciclados mais de 292 mil itens, equivalente a cerca de 72 toneladas de resíduos eletrônicos. Clientes e não clientes podem descartar seus resíduos eletrônicos em coletores identificados e com orientações, como celulares, baterias e acessórios fora de uso ou quebrados.
Já a redução do consumo de papel é o foco da Paperless, iniciativa que resultou na redução de 34 milhões de folhas de papel por meio de treinamentos e sistemas específicos que removeram burocracias e simplificaram processos internos, promovendo o uso ecologicamente consciente dos recursos em todas as etapas do trabalho.
Outra ação de destaque em prol do meio ambiente é a modernização das antenas, com a implementação de recursos para controlar a distribuição da energia que as abastecem conforme a demanda e volume de dispositivos conectados, evitando o desperdício energético.
Ainda pela meta de reduzir a pegada de carbono, técnicos da empresa se deslocam nos atendimentos residenciais com bicicletas elétricas. O projeto Bike Claro, realizado em sete cidades, ainda melhora do condicionamento físico dos participantes.
Instituto Claro concentra as ações do pilar S
Há mais de 20 anos, o Instituto Claro é responsável pelas ações de responsabilidade social corporativa da companhia, que aliam os serviços prestados a investimentos sociais para criar impactos relevantes no Brasil.
O atual balanço das iniciativas é de 80 mil alunos beneficiados em projetos educacionais, 710 alunos formados em cursos técnicos em Telecomunicações e 31 mil participações em ações voluntárias.
¨Nossa missão é conectar pessoas para um futuro melhor. E fazemos isso por meio do investimento em projetos de educação e cidadania, que utilizam a tecnologia para o desenvolvimento humano, social e ambiental¨, explica Daniely Gomiero.
O Instituto Claro realiza projetos como o Dupla Escola, que proporciona a inserção de jovens no campo da ciência e da tecnologia. Parte dos 710 alunos formados foi contratada pela Claro. Outra ação social é o Educonex@o, que leva conectividade às escolas e capacita educadores para aplicarem tecnologia na sala de aula. A iniciativa surgiu em 2011 e já formou 2,9 mil professores em 1,8 mil escolas, beneficiando mais de 80 mil alunos em 56 cidades de 18 estados brasileiros.

LGPD é tema central do pilar da governança
De acordo com Daniely Gomiero, no pilar da governança, dentro da agenda da Claro ESG, a companhia investe constantemente na construção de um ambiente corporativo guiado por um Código de Ética, na oferta de treinamento para todos os colaboradores e na disponibilização de um comitê para fiscalizar, avaliar e resolver todas as demandas. A diretora de Comunicação Corporativa e Responsabilidade Social afirma que a empresa cumpre a legislação no ambito da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A empresa registrou quase 34 mil pedidos de quebra de sigilo mediante solicitação de autoridades, em conformidade com as normas legais.
¨Os três indicadores de governança corporativa mais importantes para a Claro são comportamento ético e honestidade; aderência aos princípios ESG; e compliance com os requisitos legais e regulatórios previstos. A empresa possui comunicação e transparência ao disponibilizar seu balanço financeiro e patrimonial de forma pública e auditado por empresa independente¨, declara Gomiero.
Segundo Gomiero, um dos maiores desafios da agenda Claro ESG é trazer o trabalho desenvolvido para o dia a dia, aproximando essa realidade do público consumidor e estabelecendo elos fortes entre as iniciativas fomentadas pelas empresas e a comunicação realizada pela marca:
¨É importante mapear oportunidades e desenvolver iniciativas que contribuam efetivamente para a transformação social e redução de impacto negativo ao meio ambiente. Apresentar os resultados dessas ações deixou de fazer parte do escopo complementar das empresas para se tornar parte fundamental do negócio, com reflexos diretos em indicadores de performance, como crescimento, lucro e reputação¨.
Fomentar a criação de uma cadeia de valor considerando a diversidade, a inclusão e o respeito aos direitos humanos constituem ferramentas fundamentais e bastante eficazes para que os valores corporativos internos sejam frequentemente acompanhados e organicamente refletidos ao longo de todo o processo de interação com os públicos de interesse, complementa Gomiero.