Biodiversidade no radar dos investidores

por | dez 7, 2022

3 minutos de leitura
Compartilhe:

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defende pacto pela biodiversidade

ONU News – O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defendeu a formalização de um pacto com a natureza nesta quarta-feira (7/12), durante entrevista coletiva à imprensa em Montreal, no Canadá, onde está sendo realizada a COP15. Guterres afirmou que os governos precisam desenvolver planos de ação ousados para proteger os recursos naturais colocando o planeta na direção da recuperação. O Pacto com a Natureza é um Quadro Global de Biodiversidade pós-2020 que terá metas e objetivos claros e quantificáveis para enfrentar as causas da destruição, disse.

Guterrez também quer que investidores e empresas participem, colocando a proteção da biodiversidade em seus planos e projetos. Para ele, é preciso investir na produção sustentável em todas as etapas da cadeia de suprimentos. O secretário-geral acredita que o mundo está travando uma guerra com a natureza e fazendo com que ecossistemas se transformem em brinquedos do lucro.

Oceanos sufocados pelo plástico

Guterres ressaltou que atividades humanas estão levando lixo para florestas, selvas, terras aráveis, oceanos, rios, mares e em lagos que antes prosperavam. Lembrou que, atualmente, a água e o ar estão contaminados e sendo sufocados por químicos e pesticidas. Disse ainda que há um vício em combustíveis fósseis, o que lançou o clima do mundo num verdadeiro caos. Segundo ele, a produção insustentável e hábitos de consumo monstruosos estão degradando o globo.

De acordo com António Guterres, a humanidade se tornou uma “arma de extinção em massa”, com um milhão de espécies sob risco de desaparecerem para sempre. Esta escala de destruição tem um alto preço, acrescentou.

Reformar arquitetura financeiro-global

O secretário-geral chegou à COP15, no Canadá, com uma mensagem central sobre a perda de empregos, aumento da fome, dos preços dos alimentos, da energia, aumento de doenças e degradação do planeta. António Guterres voltou a dizer que é preciso continuar a implementação e ação climática proposta na COP27, no Egito, e citou a criação do Fundo de Perdas e Danos, como um dos pontos positivos do encontro ocorrido em novembro. “Mas o mundo ainda tem um longo caminho a percorrer para fazer a transição para as energias renováveis e reformar a arquitetura financeiro-global e principalmente a forma como os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento operam”, acrescentou.

“Faz de conta” para clientes – greenwashing

Guterres acredita que a ação climática e a proteção da biodiversidade são dois lados da mesma moeda e que é preciso adotar quadros regulatórios e medidas de transparência que acabem com o chamado greenwashing, uma espécie de “faz de conta” para os clientes, uma simulação de que a empresa é ambientalmente correta. Para o chefe das Nações Unidas, os países desenvolvidos têm que de fato apoiar financeiramente as nações do Sul global, como guardiãs da natureza após séculos de exploração e perdas. Isso deve ser feito de mãos dadas com os indígenas e as comunidades locais, incluindo os jovens.

Leia também

Seja ESG. Inscreva-se para receber gratuitamente notícias, informações e tendências ESG