A importância dos relatórios ESG na tomada de decisões

por | fev 14, 2023

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Executivos utilizam as divulgações ESG das empresas como parte das decisões de investimento, aponta pesquisa da EY

A agenda ESG ganha cada vez mais força no pipeline de negócios das companhias e os relatórios desta área se tornaram decisivos para os investidores. São os insights mais relevantes para o mercado compreender o desempenho, os riscos e as perspectivas de crescimento de uma organização. Segundo a nova pesquisa da empresa de consultoria e auditoria EY, 99% dos entrevistados analisam os dados ESG antes de fazer os aportes.

O Portal Integridade ESG conversou comexecutivos da EY para saber mais detalhes do estudo, entre eles, os principais erros na divulgação dos parâmetros ESG e dicas para a produção de reports eficientes. “Muitos relatórios ainda não fazem um exercício de materialidade consistente, ou sequer o fazem”, analisa o sócio líder de serviços na área de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da EY para o Brasil, Leonardo Dutra.

Falha de informações despertam questionamentos sobre greenwashing

Os dados do Global Reporting and Institutional Investor Survey da EY – queouviu mais 1.040 líderes financeiros e 320 investidores –  revelam que ainda há um longo caminho a percorrer quanto à qualidade dos dados apresentados ao mercado.

Sete em cada dez executivos entrevistados afirmaram que as organizações falham na hora de criar relatórios aprimorados, abrangendo divulgações financeiras e de ESG. E para 76% dos investidores, as empresas são altamente seletivas na escolha das informações sobre ESG disponibilizadas, despertando, assim, questionamentos sobre greenwashing – quando há uma apropriação injustificada de virtudes ambientalistas.

“Hoje as empresas gastam tempo e recursos para produzir números para mostrar para o mercado em seus relatórios de sustentabilidade. Em termos de criação de valor deveria ser feita uma inversão na ordem: as empresas precisam produzir números para apoiar suas decisões estratégicas internas e usar esses mesmos dados para povoar os relatórios¨, explica Ricardo Assumpção, sócio-líder de ESG para a América Latina Sul e Chief Sustainability Officer da EY Brasil.

¨O que acontece é que os relatórios de sustentabilidade correm o risco de serem peças bonitas e bem feitas para o mercado, porém sem apontar pontos de melhora. Esta ação seria uma grande oportunidade de entender como utilizar as informações estratégicas para apoiar a jornada ESG da empresa.”, complementa Ricardo.

Dicas para produzir um relatório ESG com qualidade

Para reverter essa impressão negativa, o estudo da EY aponta os principais elementos que precisam constar nos relatórios corporativos de ESG para atender às expectativas dos investidores:

1. Foco: as empresas devem responder aos investidores alinhando seus portfólios ao net zero, com uma visão robusta das oportunidades e dos riscos, incluindo o de transição para a agenda ESG, bem como uma análise de cenário climático.

2. Prestação de contas: as organizações devem estabelecer uma governança robusta, com supervisão do conselho, em relação à sustentabilidade. Essa iniciativa será vista pelos investidores com ainda mais relevância no caso de empresas que estejam saindo do campo das promessas de ESG para o progresso efetivo com geração de resultados.

3. Transparência: as empresas devem responder aos apelos dos investidores por divulgações ESG mais consistentes, comparáveis e confiáveis. Para isso, a recomendação é que elas se antecipem aos padrões de relatórios globais que estão surgindo e melhorem a qualidade dos dados ESG, a fim de saciar o apetite dos investidores por essas informações.

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