Aliadas contra as mudanças climáticas

por | fev 2, 2023

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Mundo já perdeu um terço de suas áreas úmidas, os maiores estoques naturais de carbono do planeta

Hoje é o Dia Mundial das Zonas Úmidas, ecossistemas essenciais para a manutenção da biosfera e das vidas humanas. As áreas úmidas são responsáveis por fornecer a maior parte da água doce consumida no mundo e funcionam como filtros naturais para purificar a água potável. Além disso, os lagos, rios, várzeas, charcos, pântanos, mangues e recifes de corais abrigam 40% de todas as espécies do planeta e conseguem absorver e estocar 50 vezes mais carbono da atmosfera do que as florestas tropicais, segundo dados do último Relatório The Global Wetland Outlook, da Convenção Ramsar.

¨A importância das zonas úmidas é inquestionável e, por isso, temos tantas leis nacionais e entendimentos internacionais sobre a sua proteção. O problema continua sendo a transformação do que está nas leis em prática, pois essas mesmas áreas são as mais ameaçadas, não somente pelo crescimento urbano, como pela contaminação das águas, agravando a perda vertiginosa da biodiversidade e o aquecimento global¨, explica o biólogo Mario Moscatelli, mestre em ecologia e especialista em gestão de ecossistemas costeiros.

O conceito de área úmida surgiu na Convenção de Ramsar, tratado intergovernamental celebrado na cidade iraniana de Ramsar, no dia 2 de fevereiro 1971. Esta convenção internacional marcou o início das ações para a conservação e o uso sustentável das zonas úmidas e de seus recursos naturais. Atualmente, 150 países são signatários do tratado, incluindo o Brasil.

Segundo o estudo da Convenção Ramsar, as zonas úmidas estão sendo perdidas a taxas alarmantes. Com 35% de perda global desde 1970, esses ecossistemas estão desaparecendo três vezes mais rápido do que as florestas, com graves consequências para o futuro do planeta, a menos que medidas urgentes sejam tomadas, adverte o relatório. As principais ameaças são a poluição, as mudanças climáticas, as hidrelétricas e suas barragens, a agricultura e o desenvolvimento urbano e industrial desenfreado.

Calcula-se também que as áreas úmidas geram serviços no valor de US$ 47 trilhões por ano no mundo, entre eles pesca e agricultura. Somente os arrozais alimentam 3,5 bilhões de pessoas anualmente e mais de um bilhão de pessoas dependem economicamente destas zonas. ¨O uso das áreas úmidas deve ser feito da forma mais sustentável possível, pois sua deterioração afeta milhões de pessoas, além do meio ambiente. Precisamos aumentar a conscientização global e incentivar ações para restaurar e conservar esses ecossistemas tão vitais o mais breve possível¨, complementa o biólogo.

Petrobras e BNDES apoiam projetos de recuperação da vegetação nativa em áreas de manguezal e restinga no Brasil

A Petrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão com edital aberto para apoiar projetos de recuperação da vegetação nativa em áreas de manguezal e restinga no Brasil. A parceria, que mobilizará R$ 44,4 milhões, é o primeiro investimento do matchfunding Floresta Viva, iniciativa que tem como objetivo contribuir para restauração ecológica em biomas brasileiros. O matchfunding visa entre outros, benefícios relacionados à preservação da biodiversidade, aos recursos hídricos e à remoção de dióxido de carbono da atmosfera. As propostas deverão ser enviadas até as 18h (horário de Brasília) do dia 13 de fevereiro.

Os manguezais e as restingas são ecossistemas costeiros de grande importância ecológica, social e econômica, e, devido à sua localização no litoral, sofrem ameaças decorrentes da expansão urbana e de atividades humanas, que vêm modificando significativamente sua estrutura e fisionomia. A seleção priorizará propostas que garantam o sucesso das intervenções em termos de recuperação da vegetação nativa, conservação da biodiversidade, sequestro de carbono, persistência dos resultados em longo prazo, impacto social e economicidade.

A Petrobras apoia iniciativas de reflorestamento e de conservação de florestas e áreas naturais, que hoje já abrangem 3% do território nacional. Ações em cooperação como esta ampliam a restauração de florestas e biomas brasileiros e servem de estímulo para a adesão de outras empresas, justificou a Petrobras na divulgação da iniciativa.

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